Saímos do inferno, mas não estamos no paraíso
F. Ponce de León.
Ainda sobre o imbróglio Petrobras vs. Ibama.
Não há, evidentemente, qualquer termo de comparação possível com o governo anterior (2019-2022). O governo anterior era, de cabo a rabo, praticamente, um governo de pilhadores e criminosos compulsivos. Mas não podemos deixar de olhar para o comportamento do governo atual com alguma preocupação.
Além da simpatia pessoal que nutre pelo social-liberalismo, o presidente Lula é refém de parte da elite econômica, incluindo aí alguns dos setores mais nocivos da economia, como o rentismo e o extrativismo (e.g., petroleiras e mineradoras).
A ministra do Meio Ambiente, por sua vez, além das notórias trapalhadas políticas, não parece levar a racionalidade muito a sério. Em vez de defender a criação de parques e reservas biológicas, por exemplo, ela sempre preferiu defender a criação de reservas extrativistas, um tipo de unidade de conservação inerentemente problemático. Duplamente problemático, eu diria. Tanto em termos ecológicos (pois favorece a corrosão da biodiversidade) como em termos econômicos (pois é incapaz de promover a independência econômica das comunidades locais).
Em resumo, saímos do inferno, mas não estamos no paraíso.
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