Interlunar
Maranhão Sobrinho
Entre nuvens cruéis de púrpura e gerânio,
rubro como, de sangue, um hoplita messênio,
o sol, vencido, desce o planalto de urânio
do ocaso, na mudez de um recolhido essênio...
Veloz como um corcel, voando num mito hircânio,
tremente, esvai-se a luz no leve oxigênio
da tarde, que me evoca os olhos de Stephanio
Mallarmé, sob a unção da tristeza e do gênio!
O ônix das sombras cresce ao trágico declínio
do dia que, a lembrar piratas do mar Jônio,
põe, no ocaso, clarões vermelhos de assassínio...
tremente, esvai-se a luz no leve oxigênio
da tarde, que me evoca os olhos de Stephanio
Mallarmé, sob a unção da tristeza e do gênio!
O ônix das sombras cresce ao trágico declínio
do dia que, a lembrar piratas do mar Jônio,
põe, no ocaso, clarões vermelhos de assassínio...
Vem a noite e, lembrando os Montes do Infortúnio,
vara o estranho solar da Morte e do Demônio
com as torres medievais as sombras do Interlúnio...
Fonte: Ricieri, F., org. 2008. Antologia da poesia simbolista e decadente brasileira. SP, Ibep. Poema publicado em livro em 1908.
vara o estranho solar da Morte e do Demônio
com as torres medievais as sombras do Interlúnio...
Fonte: Ricieri, F., org. 2008. Antologia da poesia simbolista e decadente brasileira. SP, Ibep. Poema publicado em livro em 1908.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home