Inepta e adepta da distorção factual, Folha erra até quando o assunto são as baratas
A Folha de S. Paulo – o ‘maior jornal do país’ – enfrenta hoje um acelerado processo de decomposição. É uma pena. Pois acho verdadeiramente escandaloso viver em um país tão grande e tão rico e ainda assim desprovido de ao mesmo um bom jornal de circulação nacional. (Estou a pensar em jornais que levam a sério os fatos.)
No início de maio, por exemplo, já com o Rio Grande do Sul debaixo d’água, a Folha alardeou a cantilena de que o governo federal teria recusado ajuda do governo uruguaio. Na melhor das hipóteses, podemos dizer que foi uma ilação pornográfica. Mesmo diante dos desmentidos oficiais, os editores não voltaram atrás. Pior: insistiram na divulgação de manchetes mentirosas (ver aqui).
BARATAS-D’ÁGUA NÃO SÃO BARATAS.
Houve uma época em que eu me importava mais com as barbeiragens publicadas pela Folha, sobretudo no caso da editoria de Ciência (e.g., ver aqui e aqui). Vira e mexe, ainda faço visitas ocasionais ou recebo comentários enviados por algum colega. Mas simplesmente deixei de levar o jornal a sério.
No início da tarde de ontem (21), por exemplo, tive o desprazer de me deparar com a mais nova versão de uma velha barbeiragem: para ilustrar uma matéria (aqui) inspirada em artigo científico, eis que alguém escolheu uma imagem absolutamente inapropriada.
Veja: para ilustrar uma matéria sobre baratas (insetos da ordem Blattodea), o jornal recorreu à imagem do que parece ser o fóssil de uma barata-d’água (insetos da ordem Hemiptera) (não foi a primeira vez; ver aqui). Trata-se de um erro grosseiro, equivalente a ilustrar uma matéria sobre elefantes com a imagem de um gorila, ou vice-versa.
CODA.
Mas talvez o problema esteja apenas na minha cabeça. Ou talvez eu esteja sendo excessivamente implicante, a ponto de não querer ver o óbvio: pouco importa quem ou o que está na foto. Afinal, as notícias não são mais o negócio da Folha, o negócio do jornal agora é outro.
Neste ponto, ouso dizer o seguinte: identificado o erro, a imagem sequer será trocada. Temo que os leitores terão de conviver com mais essa aberração.
Em tempo: o erro reportado aqui, ao contrário do que ocorre diariamente nas editorias de Economia e Política, não parece ter sido causado por cínica manipulação. Não, parece que foi apenas inépcia.
NOTA.
[*] Sobre a campanha Pacotes Mistos Completos, por meio da qual é possível adquirir, sem despesas postais, os livros do autor, ver o artigo Ciência e poesia em quatro volumes. Para conhecer outros artigos ou obter amostras dos livros, ver aqui.
No início de maio, por exemplo, já com o Rio Grande do Sul debaixo d’água, a Folha alardeou a cantilena de que o governo federal teria recusado ajuda do governo uruguaio. Na melhor das hipóteses, podemos dizer que foi uma ilação pornográfica. Mesmo diante dos desmentidos oficiais, os editores não voltaram atrás. Pior: insistiram na divulgação de manchetes mentirosas (ver aqui).
BARATAS-D’ÁGUA NÃO SÃO BARATAS.
Houve uma época em que eu me importava mais com as barbeiragens publicadas pela Folha, sobretudo no caso da editoria de Ciência (e.g., ver aqui e aqui). Vira e mexe, ainda faço visitas ocasionais ou recebo comentários enviados por algum colega. Mas simplesmente deixei de levar o jornal a sério.
No início da tarde de ontem (21), por exemplo, tive o desprazer de me deparar com a mais nova versão de uma velha barbeiragem: para ilustrar uma matéria (aqui) inspirada em artigo científico, eis que alguém escolheu uma imagem absolutamente inapropriada.
Veja: para ilustrar uma matéria sobre baratas (insetos da ordem Blattodea), o jornal recorreu à imagem do que parece ser o fóssil de uma barata-d’água (insetos da ordem Hemiptera) (não foi a primeira vez; ver aqui). Trata-se de um erro grosseiro, equivalente a ilustrar uma matéria sobre elefantes com a imagem de um gorila, ou vice-versa.
CODA.
Mas talvez o problema esteja apenas na minha cabeça. Ou talvez eu esteja sendo excessivamente implicante, a ponto de não querer ver o óbvio: pouco importa quem ou o que está na foto. Afinal, as notícias não são mais o negócio da Folha, o negócio do jornal agora é outro.
Neste ponto, ouso dizer o seguinte: identificado o erro, a imagem sequer será trocada. Temo que os leitores terão de conviver com mais essa aberração.
Em tempo: o erro reportado aqui, ao contrário do que ocorre diariamente nas editorias de Economia e Política, não parece ter sido causado por cínica manipulação. Não, parece que foi apenas inépcia.
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NOTA.
[*] Sobre a campanha Pacotes Mistos Completos, por meio da qual é possível adquirir, sem despesas postais, os livros do autor, ver o artigo Ciência e poesia em quatro volumes. Para conhecer outros artigos ou obter amostras dos livros, ver aqui.
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