A máquina de guerra, sabotagem e propaganda sionista segue a matar crianças e mulheres palestinas
Felipe A. P. L. Costa [*].
As ruminações filosóficas e os códigos morais talvez sirvam para lustrar os móveis. Temo, porém, que a madeira já esteja estragada.– Poh Pin Chin (1909-1984).
Entre 7/10/2023 e a manhã de ontem (28/7/2024), mais de 39,3 mil palestinos (ver aqui) foram assassinados pelo exército de Israel em Gaza. Desse total, ao menos 15 mil eram crianças, incluindo bebês e recém-nascidos. Além de criminosas, são estatísticas absolutamente vergonhosas.
Por que as forças sionistas estão a matar tantas crianças indefesas? Além dos assassinatos a bala ou a bomba, muitos bebês estão morrendo de inanição induzida (e.g., aqui).
Não custa lembrar: (1) Seres humanos são animais e não fazem fotossíntese; portanto, se formos privados da ingestão de alimentos, sucumbiremos em alguns dias; e (2) nenhum neonatal humano sai do ventre materno empunhando armas ou explosivos.
AL JAZEERA BRASIL.
A mídia brasileira, claro, não tem (nunca teve) vocação para cobrir atrocidades dessa magnitude. Prefere reportar sobre o dia a dia de alguma família de origem brasileira que se arrependeu de ir morar em terras roubadas. Seja porque a família teve os vidros das janelas quebrados depois de um ataque (ou seria contra-ataque?) dos terroristas do Hamas, seja porque a família está com saudades dos parentes e amigos que ficaram em Terra Brasilis.
Uma sucursal da Al Jazeera no Brasil seria muito bem-vinda. Seria bom não só para os profissionais da notícia (quanto mais empresas jornalísticas, mais as condições de trabalho e os salários tendem a melhorar), mas seria bom, sobretudo, para os consumidores. (O jornalismo internacional feito por aqui sempre foi muito estreito e muito raso – já dizia o saudoso Newton Carlos (1927-2019) [ver aqui]. Ultimamente, porém, as coisas pioraram muito. Quando o assunto é Oriente Médio, então, aí a coisa desanda de vez. Mais do que revoltante, chega a ser constrangedor.)
“SOMOS MELHORES QUE OS ÁRABES”.
O israelense médio odeia seus vizinhos árabes (ver artigo ‘Somos um povo melhor que os árabes’). É um problema antigo. Mas não é um ódio inato, genético; é algo que é forjado culturalmente. Um ódio que começa a ser construído na infância.
Veja: ódio, menosprezo e mentiras são irmãos e andam juntos. No caso de ideologias racistas em movimento, como é o caso do sionismo, a chave de tudo está na propaganda. É um trabalho meticuloso e perverso. Veja só: as sementes da mentira e do menosprezo pelos vizinhos são plantadas na cabeça das crianças dentro do ambiente escolar. É a perversão em alto grau, sobretudo em razão do peso que a escola tem na vida das crianças. (Crianças pequenas confiam nas professoras, assim como confiam nas mães.)
Odiar os vizinhos – “esses árabes sujos e traiçoeiros” – é apenas um pré-requisito. O próximo passo é matá-los ou saqueá-los, a exemplo do que os nossos ancestrais costumavam fazer. Sim, todas essas barbaridades – saques, profanações, assassinatos etc. – estão a ser praticadas pelos sionistas em Gaza. Mas não foram inventadas por eles. Não. Essas coisas estão conosco desde tempos imemoriais.
CODA.
Em meio a uma tradição histórica tão sangrenta, sou de opinião que o único sentido honesto para o termo civilização seria pensar em uma sociedade planetária sem exércitos e sem armas. Não sei dizer se isso será alcançado algum dia. Por ora, no entanto, posso dizer o seguinte: mais do que qualquer outro estado moderno, o estado de Israel encarna o ideal oposto. Trata-se de um estado belicoso; uma máquina de sabotagem e propaganda que odeia a paz e se alimenta da morte.
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NOTA.
[*] Este artigo contém trechos extraídos e adaptados do livro A força do conhecimento & outros ensaios: Um convite à ciência (no prelo). Sobre a campanha Pacotes Mistos Completos (por meio da qual é possível adquirir pacotes com os quatro livros do autor), ver o artigo Ciência e poesia em quatro volumes. Para adquirir o pacote ou algum volume específico ou para mais informações, faça contato pelo endereço felipeaplcosta@gmail.com. Para conhecer outros artigos ou obter amostras dos livros, ver aqui.
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