A luta por um dia de trabalho normal
Karl Marx
Depois de o capital ter levado séculos para estender a jornada de trabalho até ao seu limite máximo normal e, depois disso, ao limite da jornada natural de 12 horas, deu-se então o surgimento da maquinaria e da indústria moderna, no último terço do século 18, uma precipitação violenta em sua intensidade e extensão, semelhante à de uma avalanche. Todos os limites da moral e da natureza, idade e sexo, dia e noite, foram rompidos. Mesmo as ideias de dia e noite, de rústica simplicidade nos velhos estatutos, tornaram-se tão confusas que um juiz inglês, ainda em 1860, precisava de uma sagacidade bem talmúdica para explicar ‘judicialmente’ o que era o dia e o que era a noite. O capital celebrava as suas orgias.
Fonte (trecho retraduzido a partir da edição inglesa): Berman, M. 1986. Tudo que é sólido desmancha no ar. SP, Companhia das Letras. Excerto extraído d’O capital (vol. 1, cap. 10), publicado originalmente (em alemão) em 1867.
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