26 agosto 2025

Como aprender teorias

Lauro de Oliveira Lima
1.
É preciso não confundir teoria com simples verbalização. Os alunos opõem prática à teoria, quando, de fato, deveriam opor prática a verbalismo. A teoria é gerada pela prática quando a prática se sistematiza. A prática procede da teoria quando a teoria conduz, sistematicamente, à ação.

2.
É um contrassenso desprezar ‘teorias’ como coisas estéreis. A teoria é a fonte de onde nasce toda ação ordenada. A ciência é que dá ordem e coerência à ação. Sem teorias não haveria progresso, ficando o homem adstrito ao fragmentário do puro fazer. Quando a atividade não é automatizada, só pode ser coerente se guiada por uma teoria. O homo [sic] sapiens é teorético.

3.
O verbalismo generalizado nas escolas (confundido com teoria) é que fez nascer certo preconceito sobre a teoria, a suprema conquista do pensamento reflexivo. O homem que agisse sem uma base teórica seria irracional. Toda teoria precisa de um suporte verbal. [Mas] a verbalidade não é necessariamente teoria. A prática pode ser verbalizada.

4.
Quando se diz “menos teoria e mais prática”, o que se quer dizer, realmente, é: “menos verbalismo, menos magister dixit e mais experimentação”. Se dizemos “mais experimentação” exigimos “mais teoria”, uma vez que se experimenta para teorizar e se teoriza para experimentar.

Fonte: Lima, L. O. 1976. A escola secundária moderna, 11ª ed. RJ, Forense Universitária.

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