Marília de Dirceu
Tomás Antônio Gonzaga
(...)
Esprema a vil calúnia, muito embora
entre as mãos denegridas e insolentes
os venenos das plantas
e das bravas serpentes;
Chovam raios e raios, no meu rosto
não hás de ver, Marília, o medo escrito,
e medo perturbado,
que infunde o vil delito.
Podem muito, conheço, podem muito,
as fúrias infernais, que Pluto move;
mas pode mais que todas
um dedo só de Jove.
Este deus converteu em flor mimosa,
a quem seu nome deram, a Narciso;
fez de muitos os astros,
qu’inda no céu diviso.
Ele pode livrar-me das injúrias
do néscio, do atrevido, ingrato povo;
em nova flor mudar-me,
mudar-me em astro novo.
Porém se os justos céus, por fins ocultos,
em tão tirano mal me não socorrem;
verás então, que os sábios,
bem como vivem, morrem.
Eu tenho um coração maior que o mundo,
tu, formosa Marília, bem o sabes:
um coração..., e basta,
onde tu mesma cabes.
(...)
Fonte: Gonzaga, T. A. 2000. Tomás Antônio Gonzaga, 4a edição RJ, Agir. Trecho referido como Lira II, da Parte II.
4 Comentários:
euu ameii esse poema ..
POEMA LINDO!!!
A VIDA SEM POESIA,NÃO É VIDA,É ARREMEDO!
nossa q tosco esse poema!!!!!!!!!!!!
sem comentários pra isso.
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