09 junho 2007

O talho

F. Ponce de León

Pesada e sonolenta
lâmina de aço
cai afiada
sobre o dedo
menor da mão esquerda.

É quando cicatriz quase-
esquecida rompe-se
por inteiro
fazendo o sangue
vivo jorrar em profusão.

Levanto, levando comigo
o talho. Vou atrás
de água fria
e toalhas limpas
que possam abraçar a dor.

1 Comentários:

Blogger J.R. Lima disse...

Caro Felipe,

Bonito texto. Faz-me ver que como é rico o cotidiano como fonte de poesia. Uma poesia que foge ao lugar-comum, evidenciando a beleza que nos cerca e que muitas vezes não percebemos.

Devo dizer que sinto falta de mais textos teus aqui.

Um abraço,

Rodolfo

www.ecosdiversos.blogspot.com

14/6/07 10:24  

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