Deriva e evolução humana
Douglas J. Futuyma
Até o advento da agricultura, os humanos sobreviveram [por meio] da caça e da coleta, assim como ainda fazem algumas populações. Estudando-se essa populações de caçadores-coletores contemporâneos, pode-se deduzir que é muito provável que aquelas populações tivessem densidade populacional baixa e que a maioria delas fosse constituída de bandos pequenos de nômades, cujos trajetos podem ser razoavelmente determinados. A população mundial em 10.000 a.C. foi estimada como sendo algo na faixa dos dez milhões [...]. Uma estrutura populacional caracterizada por pequenos demes dispersos e confinados por barreiras topográficas (que hoje em dia poderiam ser ultrapassadas em algumas horas) favorece intensamente a divergência por deriva genética; esse, sem dúvida, é o mecanismo responsável por grande parte da variação geográfica da espécie humana. É evidente que uma parte da variação geográfica é conseqüência da seleção; por exemplo, o comprimento dos membros superiores e inferiores em relação ao tamanho do corpo é menor em populações de [altas] latitudes do que nas populações tropicais, como é esperado por uma seleção que favoreça redução da perda de calor. A variação geográfica da cor da pele provavelmente é adaptativa, mas sua vantagem ainda não foi determinada com segurança.
Fonte: Futuyma, D. J. 1992. Biologia evolutiva, 2ª edição. Ribeirão Preto, Sociedade Brasileira de Genética/CNPq.
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