Viagens de Gulliver
Jonathan Swift
Parte 1
2.
Eu agora podia ficar de pé, apesar do incômodo da corrente presa à perna. Para me comunicar com o imperador, porém, deitei-me no chão, de lado, para meu rosto ficar à altura do dele. Ele se aproximou sem receio, apesar de estar com a espada na mão, para se defender caso eu tentasse alguma coisa. A espada media quase o comprimento do meu dedo médio, era de ouro e cravejada de diamantes. Não entendi nada do que o imperador disse, nem ele a minha resposta. A imperatriz e os príncipes observavam, sentados em poltronas trazidas especialmente para a ocasião.
O imperador mandou que os sacerdotes e os mestres do país tentassem conversar comigo. Falei em todas as línguas que conhecia: inglês, holandês antigo e moderno, latim, francês, espanhol e língua franca (uma mistura de português com outras línguas de marinheiros). Continuamos desentendidos. Depois que o imperador e seu séquito se despediram, o populacho se amontoou, curioso, ao meu redor. Alguns, mais afoitos, se atreveram a me atirar algumas flechas quando eu estava sentado, e quase me acertaram no olho.
[...]
Fonte: Swift, J. 2003 [1726]. Viagens de Gulliver. SP, Difusão Cultural do Livro.
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