19 abril 2009

Utensílios

Lu Menezes

Para extrair
do alumínio seu lúmen
usaria

o desusado, exaurido
verbo “haurir”

Arearia

panelas
à beira de um rio, mergulhada

no alumínio luzidio

– haurindo-o –
polindo-lhe

a índole de água
e o ímpeto de prata
com grãos
de ouro de areia
arearia

“ourada”

submersa em seu domínio

Fonte: Moriconi, I., org. 2001. Os cem melhores poemas brasileiros do século. RJ, Objetiva. Poema originalmente publicado em 1997.

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