09 maio 2010

O destino

Ralph Waldo Emerson

Tênues símbolos, flutuando pelas nuvens,
Ao poeta solitário davam testemunho,
E as aves, do céu as mensageiras,
No cantar lhe falavam de ruídos misteriosos,
Para, igual ao adivinho, advertir-lhe a alma.
Segue então o poeta o caminho reto e certo
Quando, desdenhando a voz dos escribas e dos correios,
Em seu íntimo pensar, onde já, desde a aurora,
Perpassa a sombra das tardes que matiza o poente.
Porque o pressentimento do Vidente se encadeia
No fato que ao espírito o sonho lhe revela.
O devaneio do futuro e a força infinda
Que faz nosso porvir são um só Gênio.

Fonte: Emerson, R. W. 2004 [1860]. A conduta para a vida. SP, Martin Claret.


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