Noite renana
Guillaume Apollinaire
Meu copo é cheio de um vinho que treme como chama
Escutem a canção lenta do bateleiro que chama
E conta ter visto sob a lua sete mulheres até
Torcendo os cabelos verdes e longos até o pé
Levantem cantem mais alto rodando tanto
Que eu não ouça mais do bateleiro o canto
E ponham perto de mim todas as louras fadas
De olhar imóvel e tranças dobradas
O Reno o Reno é bêbado onde a vinha se mira
Todo o ouro das noites tremendo lá se admira
A voz canta sempre até que morrerão
Estas fadas de cabelos verdes que encantam o verão
Meu copo se estilhaçou como um riso
Fonte: Apollinaire. 2005. Álcoois e outros poemas. SP, Martin Claret. Poema publicado em livro em 1913.
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