31 julho 2011

Cantiga de guarvaia

Paio Soares de Taveirós

No mundo non me sei parelha,
mentre me for’ como me vai,
ca ja moiro por vós – e ai!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi en saia!
Mao dia que me levantei,
que vos enton non vi fea!

E, mia senhor, des quel di’, ai!
me foi a mi muin mal,
e vós, filha de Don Paai
Moniz, e ben vos semelha
d’aver eu por vós guarvaia,
pois eu, mia senhor, d’alfaia
nunca de vós ouve nen ei
valia d’ũa correa.

Fonte: Faraco, C. & Moura, F. 1999. Língua e literatura. SP, Ática. Poema datado de fins do século 12 (1189 ou 1198), também conhecido como ‘Poema de Ribeirinha’.

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