O enterro da cigarra
Olegário Mariano
As formigas levaram-na... Chovia...
Era o fim... Triste Outono fumarento!
Perto, uma fonte, em suave movimento,
Cantigas de água trêmula carpia.
Quando eu a conheci, ela trazia
Na voz um triste e doloroso acento.
Era a cigarra de maior talento,
Mais cantadeira desta freguesia.
Passa o cortejo entre árvores amigas...
Que tristeza nas folhas... que tristeza!
Que alegria nos olhos das formigas!
Pobre cigarra! quando te levavam,
Enquanto te chorava a Natureza,
Tuas irmãs e tua mãe cantavam...
Fonte: Lenko, K. & Papavero, N. 1979. Insetos no folclore. SP, Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas. Poema publicado em livro em 1920.
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