Alma sonora
Gilberto Amado
Sobe, às vezes, em mim uma revoada
De tantos versos soltos murmurando,
Que eu me assemelho a uma árvore encantada,
Cujas folhas são pássaros cantando.
E o canto dessas aves prisioneiras
Enche-me o peito de harmonia tal,
Que eu fico sem sentir horas inteiras
Debaixo de uma sombra musical.
Num silêncio sonoro transformado.
Fonte: Martins, W. 1978. História da inteligência brasileira, vol. 6. SP, Cultrix & Edusp. Poema publicado em livro em 1917.
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