10 setembro 2013

Até o fim

Walmir Ayala

Até o fim com esta garganta
e estes olhos
líquidos, até o fim
com estas mãos
trêmulas.

Até o fim com estes pés exaustos
e estes lábios costurados
ao pé da noite. Até o fim
sem dizer nada.

Até o fim estes canais premindo
o sangue.
Até o fim o obrigatório oxigênio,
sobrevivência
no abstrato
difícil ar.

Até o fim a tinta ilesa do amor
na alma,
até que quebrem as epidermes
desta mentira,
e o fim prossiga
até o fim.

Fonte: Nejar, C. 2011. História da literatura brasileira. SP, Leya. Poema publicado em livro em 1961.

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home

eXTReMe Tracker