Até o fim
Walmir Ayala
Até o fim com esta
garganta
e estes olhos
líquidos, até o fim
com estas mãos
trêmulas.
Até o fim com estes pés exaustos
Até o fim com estes pés exaustos
e estes lábios costurados
ao pé da noite. Até o fim
sem dizer nada.
Até o fim estes canais premindo
Até o fim estes canais premindo
o sangue.
Até o fim o obrigatório
oxigênio,
sobrevivência
no abstrato
difícil ar.
Até o fim a tinta ilesa do amor
Até o fim a tinta ilesa do amor
na alma,
até que quebrem as epidermes
desta mentira,
e o fim prossiga
até que quebrem as epidermes
desta mentira,
e o fim prossiga
até o fim.
Fonte: Nejar, C. 2011. História da literatura brasileira. SP, Leya. Poema publicado em livro em 1961.
Fonte: Nejar, C. 2011. História da literatura brasileira. SP, Leya. Poema publicado em livro em 1961.
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