A árvore da morte
Vesna Krmpotic
A morte cresce em nós como uma árvore:
ramifica-se no corpo, sob
a pele estremecem as folhas;
cada vez mais espessa
dentro de nós cresce, pouco a pouco nos empurra.
Nós somos sempre menos,
ela, sempre mais.
E nos transforma, transforma-nos em si,
E nos transforma, transforma-nos em si,
a terra do nosso corpo
nas flores suas;
em si nos aspira, nos
recria, sem voz.
Quanto do nosso ainda
permanece em nós?
E assim, sem saber, somos sempre mais ela.
E assim, sem saber, somos sempre mais ela.
Escuridão ramificada na
caixa do nosso corpo.
E quando um vento desconhecido esta cabeleira agita,
E quando um vento desconhecido esta cabeleira agita,
pensamos que é a vida
cantando.
Fonte: Freire, C. 2004. Babel de poemas: uma antologia multilíngüe. Porto Alegre, L&PM. Poema publicado em livro em 1969.
Fonte: Freire, C. 2004. Babel de poemas: uma antologia multilíngüe. Porto Alegre, L&PM. Poema publicado em livro em 1969.
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