O que é o fruto?
Felipe A. P. L. Costa
Para alguns autores, o
fruto nada mais é do que o ovário maduro. Via de regra, a maturação do ovário
(e de outras estruturas florais) tem início com a chegada do andrófito (grão de
pólen) ao estigma. O grão de pólen germina, dando origem a um tubo polínico, por meio do qual duas células espermáticas são levadas até o
ginófito (saco embrionário), uma estrutura tipicamente octonucleada. Uma das
células espermáticas se funde com a oosfera, dando origem ao zigoto e este ao
embrião. A outra se funde com a célula central (binucleada) do ginófito, dando
origem ao xenófito (mais conhecido como endosperma), tecido de reserva a ser
consumido pelo embrião. Essa dupla
fecundação é uma característica exclusiva das angiospermas. Após a fecundação,
o ovário se desenvolve em fruto, enquanto
o rudimento seminal (comumente chamado de óvulo) se desenvolve em semente, dentro da qual está o embrião.
Do mesmo modo como os rudimentos seminais estão dentro de ovários, as sementes
estão dentro de frutos.
[Ocorre] que, em certos
casos, o próprio ovário é abraçado por outras estruturas florais. O receptáculo
(estrutura que sustenta a flor), por exemplo, ou o pedúnculo (estrutura que
conecta o receptáculo a um ramo) pode se hipertrofiar, a ponto de sobrepor ou
mesmo envolver todo o ovário. Os autores para quem o fruto corresponde apenas
ao ovário maduro costumam chamar a esse conjunto de estruturas hipertrofiadas
de pseudofruto (‘falso fruto’) ou fruto acessório. Alternativamente, porém,
outros autores adotam uma definição mais abrangente, do tipo: fruto é toda e qualquer estrutura do corpo
de uma angiosperma que contém sementes. Essa segunda definição deixa de
fora apenas uma situação excepcional, que é a dos chamados ‘frutos partenocárpicos’
– i.e., estruturas que resultam do desenvolvimento de um gineceu não fecundado.
Fonte: Costa, F. A. P. L.
2014. Ecologia, evolução & o valor
das pequenas coisas, 2ª edição. Viçosa, Edição do Autor.
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