Quando eu era um jovem regente
Bruno Walter
Quando eu era um jovem
regente, todos os músicos amavam Mozart e queriam tocar sua música, porém os
diretores dos teatros eram contra essa idéia. Não dava bilheteria. Por exemplo,
em Riga, lembro-me muito bem que um membro do Conselho, quando descobriu que a
bilheteria não estava indo muito bem, disse que nos deveríamos apresentar peças
melhores! E então, graças aos esforços de Mahler em Viena, Mozart foi visto por
um novo prisma. Sua veracidade dramática foi reconhecida e Mozart virou boa bilheteria... e mais tarde eu continuei
com a mesma linha em Munique. Fiquei dez anos em Munique e é claro que servi
muito bem à causa de Mozart... Ele se tornou um dos trunfos da Ópera de Munique.
E então, mais tarde, eu voltei a Viena uma vez mais e assumi a direção da ópera
de Viena de 1935 até a chegada de Hitler. A essa altura, Mozart já se
transformara em grande bilheteria. Maior do que Verdi, maior do que Wagner.
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