As pedagogias do conhecimento
Louis Not
Desde o século XVIII,
pelo menos, duas perspectivas pedagógicas se contrapõem. Numa quer-se ensinar,
instruir, formar. Ensina-se uma matéria às crianças, ou seja, situa-se diante
de dois objetos: a matéria e a criança; do exterior, subtrai-se o aluno de seu
estado de criança; ele é dirigido, modelado e equipado. Esta é a tese antiga:
ela continua a ter partidárias, apesar das críticas e variações que sofreu. A
antítese se precisa após Rousseau, quando se declara que o aluno traz em si os
meios de assegurar seu próprio desenvolvimento, sobretudo intelectual e moral,
e que toda ação que intervém do exterior só pode deformá-lo ou entravá-lo.
E porque a História
parece justificá-lo, os dois métodos, os antigos e os modernos foram
contrapostos, embora uns sejam tão atuais quanto os outros. Por vezes o
tradicional é rejeitado em nome do novo, como se tradicional e caduco fossem
sinônimos ou como se, com o passar dos anos, o novo não se tornasse tradição.
Outras vezes enfim, porque as aparências sugerem e porque Rousseau e os
pedagogos nele inspirados põem a ação na origem de todo o conhecimento, são
denominados ativos os métodos que eles preconizam; depois, porque as oposições
facilitam a classificação, diz-se que nos outros o aluno não é ativo... e
denuncia-se, ao mesmo tempo, a multiplicidade das tarefas que eles obrigam os
alunos a realizar.
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