Plantas, pântanos e o mundo frigorífico
Charles Cockell
Condições glaciais intensas
simbolizaram o Carbonífero Superior e o Permiano Inferior, mas por que essas
condições ocorreram e persistiram? O papel das plantas parece ter sido
fundamental. O momento de maior extensão dos pântanos formadores de carvão do
Carbonífero coincidiu com menores níveis estimados de CO2 e máxima
glaciação. O impacto das plantas terrestres, no entanto, estava inextricavelmente
ligado a outros fatores. Por exemplo, a redução relativa dos sistemas de
dorsais meso-oceânicas poderia ter resultado em uma queda do nível do mar,
formando planícies extensas para os pântanos formadores de carvão. Além disso,
a diminuição da atividade vulcânica poderia ter poderia ter produzido menos CO2
para neutralizar os efeitos do seqüestro biótico, e o acúmulo de gelo polar, em
si, poderia ter assegurado uma redução do nível global do mar, resultando em
ainda mais exposição de áreas da plataforma continental. Além disso, o
movimento de parte da massa continental sobre o Pólo Sul pode também ter contribuído
para o resfriamento observado. Finalmente, a formação do próprio Pangea como
resultado de grandes processos de colisão, que causaram o soerguimento
continental, teria posteriormente aumentado as taxas de intemperismo. A
abundância de sedimentos desprendidos dessas montanhas também teria contribuído
para a preservação do carvão por meio do soterramento contínuo de turfeiras
pantanosas por vastos sistemas de delta. Juntos, esses fatores estabeleceram
uma retirada líquida sustentável de CO2 da atmosfera, reduzindo
assim a temperatura e mantendo as condições de frigorífico.
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