O círculo hermenêutico
Juan Luis Segundo
Para não começar com o
princípio dos princípios, comecemos pela realidade de cada dia e perguntemos se
é possível diferenciar as atitudes de um teólogo da libertação das de um outro
teólogo qualquer.
Minha experiência passada
e presente me ensina que, apesar de uma porção de mudanças, continua-se a
ensinar a teologia de um modo autônomo, e isso não apenas a futuros professores
de teologia, mas a pessoas normais que só vão fazer uso dela para enfrentar os
problemas reais da gente simples e ordinária.
Quando falo de autonomia
da teologia acadêmica, refiro-me a uma longa tradição nas Igrejas cristãs. O
cristianismo é uma religião bíblica,
isto é, a religião de um livro, ou
melhor, de vários livros, já que a palavra Bíblia significa justamente isso.
Tal fato significa então também que a teologia não pode, por sua conta,
desviar-se deste caminho, e sim voltar, repetida e indefinidamente, a
interpretar o mesmo livro. A teologia não é – pelo menos não em primeiro lugar –
uma interpretação do homem ou da sociedade.
[...]
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