A idéia nova
Valentim Magalhães
Abisma o teu olhar no
azul do firmamento;
Devassa o velho Olimpo e
o velho céu cristão:
À serena altivez do seu
deslumbramento
A indagadora vista
elevarás em vão!
Está deserto o céu! No
grande isolamento
Palpita, ensangüentado, o
sol – um coração...
Mas os deuses de Homero,
o Jeová sangrento,
Alá e Jesus Cristo, os
deuses onde estão?
Morreram. Era tempo.
Agora encara a terra:
Ressoa alegre a forja e
sai da escola um hino.
O Gênio enterra o Mal em
uma negra cova.
Deus habita a
consciência. O coração descerra
Aos ósculos do Bem o
cálix purpurino.
Vem perto a Liberdade. É
isto a Idéia Nova.
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