Encarei as estrelas macilentas
Afonso Celso
Encarei as estrelas
macilentas
Que lívidas tremiam no
espaço,
Como um bando de Impérias
vinolentas
Saindo de uma orgia de
devassos;
E disse: “Luminosos
estilhaços
D’algum trono de fadas
opulentas,
Vinde; eu quero ajuntar
esses pedaços
Dispersos ao capricho das
tormentas.
De vós que só restais do
vasto espólio
D’algum deus que faliu
farei um sólio
Que a moral de Jesus mais
deslumbrante.
Onde as cortes do céu,
entre mil bravos,
Rendam preitos, humildes
como escravos,
Às graças infernais de
minha amante”.
Fonte: Martins, W. 1978. História da inteligência brasileira,
vol. 4. SP, Cultrix & Edusp. Poema publicado em livro em 1879.
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