Uma nova atmosfera
Bill McKibben
Svante Arrhenius fez seu
doutorado em física na Universidade de Uppsala, em 1884. Sua tese mereceu a
nota mínima, acima apenas da rejeição sumária. Dezenove anos depois, essa tese
sobre a condutividade das soluções valeu-lhe o Prêmio Nobel. [...]
A compreensão de
Arrhenius sobre a condução eletrolítica não foi sua única ideia recebida com
indiferença. Ao estudar as primeiras décadas da Revolução Industrial, ele
compreendeu que o homem estava queimando carvão num ritmo sem precedentes,
“levando nossas minas de carvão a se evaporarem no ar”. [...] Mas foi
Arrhenius, utilizando medições de radiação infravermelha da lua cheia, quem fez
os primeiros cálculos dos possíveis efeitos da acelerada produção de dióxido de
carbono pelo homem. A temperatura global média, ele concluiu, aumentaria até
nove graus Fahrenheit (4,5 graus Celsius) se a quantidade de dióxido de carbono
no ar dobrasse, em relação ao seu nível pré-industrial. [...]
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