Carbono: compartimentos e fluxos
Felipe A. P. L. Costa
O carbono, a exemplo do que se passa com outros elementos, circula
continuamente pelos ecossistemas. O ciclo global de um elemento pode ser visto
como uma série de compartimentos ligados entre si por meio de fluxos de troca.
No caso do carbono, os compartimentos estão segregados em dois grandes
domínios, um de fluxos ‘rápidos’ (de dias a milhares de anos) e o outro de
fluxos lentos (até centenas de milhões de anos). O primeiro inclui os átomos
de C que estão na atmosfera (830 Gt, incluindo 240 Gt de origem antropogênica);
nos oceanos (em águas intermediárias e profundas: ~ 38 mil Gt, incluindo 155 Gt
de C antropogênico; águas superficiais: 900 Gt); na biota terrestre (450-650 Gt)
e no solo (1,5-2,4 mil Gt), além de uma quantidade adicional em solos
congelados (~ 1,7 mil Gt). O segundo domínio inclui o C que está estocado em
depósitos minerais (10-40 milhões de Gt, incluindo 1-2 mil Gt de combustíveis
fósseis, das quais ~ 365 Gt já foram extraídas) e nos sedimentos marinhos (1,75
mil Gt) [...]. O desequilíbrio no ciclo do carbono provocado por atividades
humanas consiste, no fim das contas, na transferência de grandes quantidades de
carbono fóssil, oriundas do domínio lento, para o domínio rápido.
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