Soneto fiel
Carlos de Oliveira
Vocábulos de sílica,
aspereza,
Chuva nas dunas, tojos,
animais
Caçados entre névoas
matinais,
A beleza que têm se é
beleza.
O trabalho da plaina
portuguesa,
As ondas de madeira
artesanais
Deixando o seu fulgor nos
areais,
A solidão coalhada sobre
a mesa.
As sílabas de cedro, de
papel,
A espuma vegetal, o selo
de água,
Caindo-me nas mãos desde
o início.
O abat-jour, o seu luar
fiel,
Insinuando sem amor nem
mágoa
A noite que cercou o meu
ofício.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home