Toada do negro no banzo
Murillo Araújo
Negro –
quando cava, quando
cansa,
quando pula, quando
tomba,
quando grita, quando
dança,
quando brinca, quando
zomba
sente gana de chorá...
Negro –
quando nasce, quando
cresce,
quando luta, quando
corre,
quando sobe, quando
desce,
quando véve, quando morre
negro pena sem pará...
Negro, aponta o ponto –
ai Umbanda!
ginga tonto, tonto –
ai Umbanda!
Negro aponta: Oôu!
Negra nua, nua –
ai Umbanda!
toma a bença à lua –
ai Umbanda!
samba nua... Oôu!
Xangô!
Meu céu s’ecureceu.
Exú me despachou...
Calunga me prendeu...
Xangô! Xangô! Xangô!
Meu rancho se acabou...
Meu reino – mar levou...
Meu bem morêu... morreu.
Negro –
negro chora, negro samba
na macumba do quilombo,
com malafo p’ra moamba
dando bumba no ribombo
do urucungo e do ganzá!
Negro –
cai no congo, cai no
congo,
dos mirongas ao muganga,
todo o bando nesse
jongo...
roda, negro – roda a
tanga
chora banzo no gongá.
Negro aponta o ponto –
ai Umbanda!
ginga tonto, tonto –
ai Umbanda!
Negro aponta: Oôu!
Se Xangô chegasse...
ai Umbanda!
E me carregasse –
ai Umbanda!
Coisa boa... Oôu!
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home