Os oceanos poluídos
Norman Metzger
Não obstante o que ainda
temos de aprender sobre as proteínas fixadoras de [nitrogênio], enigmas do
envelhecimento e neutrinos subterrâneos, os oceanos continuam sendo o posto
avançado mais inconfortável do homem – uma última fronteira para a ciência. Não
compreendemos os oceanos – a natureza e comportamento da água do mar; o que
acontece quando o oceano se encontra com o ar; e como a química dos oceanos
afeta a vida que essas águas criam. Sabemos mais sobre os leitos dos oceanos do
que sobre as águas que lhes estão por cima.
Essas lacunas apontam
para uma importância mais profunda do que o simples impulso para aprender: os oceanos
estão sendo poluídos com rapidez sempre crescente e não sabemos as consequências.
As quantidades anuais de
chumbo e mercúrio que o homem está acrescentando aos oceanos aproximam-se dos
níveis acrescentados pela erosão natural dos continentes; os hidrocarbonetos do
óleo derramado estão atingindo o nível dos hidrocarbonetos naturais resultantes
da decomposição da vida vegetal e animal; cerca de 25% de todo o DDT feito até
hoje estão agora nos oceanos. Os pesticidas usados na África seguem os ventos e
aparecem na baía de Bengala, ao largo do oceano Índico e nas Antilhas. Os
pesticidas pulverizados num milharal no Kansas aparecem nas geleiras no hemisfério
norte, dentro de um ano. Qualquer químico analítico competente pode encontrar radioatividade
feita pelo homem nas águas extraídas de qualquer oceano.
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