29 junho 2017

Economia colonial: ciclos e modelos

Maria Yedda Linhares & Francisco Carlos Teixeira da Silva

A periodização da história do Brasil em ciclos (particularmente em ciclos econômicos) é um fato relativamente novo, surgido com a publicação, em 1937, da História econômica do Brasil de Roberto C. Simonsen. Neste livro, ainda basilar para o estudo da história do Brasil, Simonsen divide o período colonial em fases – que ao longo do livro aparecem como sinônimo de ciclo –, através das quais “a história econômica do Brasil se processa”, conforme ele mesmo enfatiza.

Tais fases ou ciclos são apresentados da seguinte maneira:
a) o “primeiro ciclo econômico brasileiro”, a que Simonsen não chama “do pau-brasil” e, sim, “de indústria extrativa, sem dissolver, com isso, a importância do ‘brasil’, mas misturando-o com outros produtos extrativos”;
b) o “ciclo do açúcar”, o primeiro realmente concebido como um ciclo, abrindo, assim, pela primeira vez, a discussão em torno de um tema extremamente controvertido: o “imperativo econômico do trabalho forçado na colonização do Brasil”;
c) quebrando a sucessão de ciclos, Simonsen abre um parêntese para o que chamada de “outros fatores econômicos”, entre os quais situa a pecuária, embora sem assumir a feição de fase ou ciclo;
d) por fim – dentro dos quadros do Brasil colonial –, o ciclo da mineração.
[...]

Fonte: Linhares, M. Y. & Silva, F. C. T. 1981. História da agricultura brasileira: Combates e controvérsias. SP, Brasiliense.

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