Economia colonial: ciclos e modelos
Maria Yedda Linhares & Francisco Carlos Teixeira da Silva
A periodização da
história do Brasil em ciclos (particularmente em ciclos econômicos) é um fato
relativamente novo, surgido com a publicação, em 1937, da História econômica do Brasil de Roberto C. Simonsen. Neste livro,
ainda basilar para o estudo da história do Brasil, Simonsen divide o período
colonial em fases – que ao longo do
livro aparecem como sinônimo de ciclo –, através das quais “a história
econômica do Brasil se processa”, conforme ele mesmo enfatiza.
Tais fases ou ciclos são
apresentados da seguinte maneira:
a) o “primeiro ciclo
econômico brasileiro”, a que Simonsen não chama “do pau-brasil” e, sim, “de indústria
extrativa, sem dissolver, com isso, a importância do ‘brasil’, mas misturando-o
com outros produtos extrativos”;
b) o “ciclo do açúcar”, o
primeiro realmente concebido como um ciclo, abrindo, assim, pela primeira vez,
a discussão em torno de um tema extremamente controvertido: o “imperativo
econômico do trabalho forçado na colonização do Brasil”;
c) quebrando a sucessão
de ciclos, Simonsen abre um parêntese para o que chamada de “outros fatores econômicos”,
entre os quais situa a pecuária, embora sem assumir a feição de fase ou ciclo;
d) por fim – dentro dos
quadros do Brasil colonial –, o ciclo da mineração.
[...]
Fonte: Linhares, M. Y.
& Silva, F. C. T. 1981. História da
agricultura brasileira: Combates e controvérsias. SP, Brasiliense.
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