Vogais
F. Ponce de León
Escrito entre 1870 e
1871, mas publicado em livro apenas em 1884, o famoso poema ‘Voyelles’, de
Arthur Rimbaud (1854-1891), já foi traduzido diversas vezes para o português.
Entre nós, por exemplo, já foram publicadas (em meio impresso ou eletrônico) traduções feitas por Augusto de Campos, Gondin da Fonseca (1899-1977), Ivo Barroso, José Nêumanne e Tomaz Amorim Izabel.
Apresento a seguir a minha proposta de tradução.
Entre nós, por exemplo, já foram publicadas (em meio impresso ou eletrônico) traduções feitas por Augusto de Campos, Gondin da Fonseca (1899-1977), Ivo Barroso, José Nêumanne e Tomaz Amorim Izabel.
Apresento a seguir a minha proposta de tradução.
Vogais
Arthur Rimbaud
A preto, E branco, I vermelho, U verde, O azul: vogais,
Arthur Rimbaud
A preto, E branco, I vermelho, U verde, O azul: vogais,
Eu algum dia mostrarei
vossas nascenças latentes:
A, preto espartilho
peludo de moscas reluzentes
Que zumbem ao redor de
cogumelos mortais,
Golfos d’umbra; E, candor
de vapores e de tendas,
Lanças de geleiras
altivas, reis albinos, frêmitos d’umbelas;
I, roxo, sangue cuspido,
riso de belos lábios
Na raiva ou em bebedeiras
penitentes;
U, ciclos, vibrações
divinas de mares biliosos,
Paz dos pastos semeados
d’animais, paz das rugas
Que a alquimia imprime
nas vastas frontes eruditas;
O, suprema Trombeta
plena de ruídos estranhos,
Silêncios traspassam os
Mundos e os Anjos:
– O, o Ômega, raio
violeta de Seus Olhos!
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