Formação de uma nuvem de tempestade
Artur Gonçalves Ferreira
O aquecimento diferenciado da superfície terrestre é o principal
mecanismo de desenvolvimento das tempestades. Como as áreas da superfície
terrestre são aquecidas com diferentes gradientes térmicos nos baixos níveis, o
fluxo do ar cria as zonas de convergência de massa (áreas onde os ventos de
diferentes direções se encontram) e, portanto, movimento ascendente. É ao longo
dessas zonas de convergência que as trovoadas tendem a se formar e desenvolver.
As nuvens de tempestade (cbs) crescem quando a atmosfera se encontra
suficientemente instável em razão do aquecimento da superfície ou de outro
mecanismo atmosférico. Na atmosfera instável, o ar aquecido em contato com a superfície
sobe. A formação da nuvem de tempestade inicia-se quando esse ar aquecido se
expande e começa a condensar. Eventualmente o ar é resfriado até o seu ponto de
orvalho e alcança a saturação, formando nuvens cúmulos. Se a atmosfera está
muito instável, os cúmulos continuarão a se desenvolver na vertical, até
virarem cúmulos-nimbos. Um típico cúmulo-nimbo no estágio maduro pode alcançar,
em seu topo, uma altura de 15 km (45.000 pés) ou mais. Como essa nuvem cresce
muito, seu topo pode esparramar-se devido ao efeito combinado de ventos nos
diversos níveis. Isso dá à nuvem um topo parecido com uma bigorna, que é uma
das principais características de uma cb.
Dentro do cb, o ar circula na vertical e na horizontal. O ar quente e
úmido sobe, criando fortes correntes ascendentes. Quando o ar sobe, ele é
resfriando, causando a condensação e, subsequentemente, as gotas de água
crescem e caem como precipitação, causando fortes correntes descendentes. Na
superfície, esse ar descendente gera uma pequena área de alta pressão,
conhecida como mesoalta, responsável por indicações erradas nos altímetros das
aeronaves nos momentos de pouso e decolagem.
[...]
Fonte: Ferreira, A. G. 2006. Meteorologia
prática. SP, Oficina de Textos.
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