21 março 2019

Dormir e sonhar

Nathaniel Kleitman

Desde os tempos imemoriais, os sonhos vêm perturbando as horas de vigília e as de sono dos homens. Essas experiências alucinatórias têm inspirado da mesma forma os adivinhos e os psiquiatras e seus conteúdos bizarros, interpretados variadamente como visões proféticas e chaves da personalidade, são o assunto de considerável conjunto de literatura. O valor científico, mesmo das mais recentes contribuições a essa literatura, entretanto, é de qualificação difícil: a única testemunha do sonho é o próprio sonhador. A mesma limitação entrava o investigador que queira pesquisar o processo do sonho, em oposição ao conteúdo dos sonhos. Somente a pessoa que dormia é que pode, ao despertar, testemunhar o fato de ter sonhado. Se ela afirma que não sonhou, pode ser que tenha esquecido seu sonho.

Fonte: Kleitman, N. 1975 [1967]. Padrões de sonhos. In: Scientific American, Psicobiologia: As bases biológicas do comportamento. RJ, LTC & Edusp. Artigo originalmente publicado em 1960.

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