Em oito dias desceu mais um corpo
Em oito dias desceu mais um corpo
à terra, este já quieto de memórias
e ferindo a nossa sujeição a uma lógica.
Não previ em seus olhos alegria
mas a acusação de factos mínimos
no quotidiano da casa partilhada
tinha eu doze anos. Agora que as madeiras
rangem nas cordas recordo a injustiça
possível que as palavras não podem
reparar. A avó morreu, já muito vivera,
digo aos mais novos a pé no cemitério.
Fonte: Silva, A. C. & Bueno, A., orgs. 1999. Antologia da poesia portuguesa contemporânea. RJ, Lacerda Editores. Poema publicado em livro em 1989.
à terra, este já quieto de memórias
e ferindo a nossa sujeição a uma lógica.
Não previ em seus olhos alegria
mas a acusação de factos mínimos
no quotidiano da casa partilhada
tinha eu doze anos. Agora que as madeiras
rangem nas cordas recordo a injustiça
possível que as palavras não podem
reparar. A avó morreu, já muito vivera,
digo aos mais novos a pé no cemitério.
Fonte: Silva, A. C. & Bueno, A., orgs. 1999. Antologia da poesia portuguesa contemporânea. RJ, Lacerda Editores. Poema publicado em livro em 1989.
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