21 dezembro 2022

Taxas seguem a escalar e são as piores desde julho (casos) e agosto (mortes)

Felipe A. P. L. Costa [*].

RESUMO. – Este artigo atualiza as estatísticas mundiais a respeito da pandemia divulgadas em artigo anterior (aqui). No caso específico do Brasil, o artigo também atualiza os valores das taxas de crescimento. Entre 12 e 18/12, as taxas ficaram em 0,1298% (casos) e 0,0233% (mortes). Ambas deram um salto em relação aos valores da semana anterior. Com os governantes de braços cruzados e a imprensa de olhos fechados, o número de mortes evitáveis segue a aumentar. Além do sinal amarelo, a sirene também já deveria estar ligada. Máscaras e vacinas são as principais armas que nós temos para frear as escaladas e puxar as estatísticas para baixo.

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1. ESTATÍSTICAS MUNDIAIS: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES.

Levando em conta as estatísticas mundiais obtidas na manhã de hoje (19/12) [1], eis um resumo da situação.

(A) – Em números absolutos, os 20 países mais afetados [2] estão a concentrar 74% dos casos (de um total de 653.189.098) e 69% das mortes (de um total de 6.666.008) [3].

(B) – Nesses 20 países, 467 milhões de indivíduos receberam alta, o que corresponde a 96% dos casos. Em escala global, 632 milhões de indivíduos já receberam alta.

(C) – Olhando apenas para as estatísticas das últimas quatro semanas, eis um resumo da situação: (a) em números absolutos, a lista segue a ser liderada pelo Japão, agora com 3,34 milhões de novos casos; (b) entre os cinco primeiros da lista, estão ainda a Coreia do Sul (1,63 milhão), os Estados Unidos (1,58), a França (1,50) e a China (886 mil). O Brasil (870 mil) está agora na 6ª posição. Preocupa saber que em cinco desses seis países as estatísticas subiram na última semana, o único onde a escalada cedeu foi a China; e (c) a lista dos países com mais mortes segue a ser liderada pelos Estados Unidos (10,07 mil); em seguida aparecem Japão (5,04 mil), Alemanha (3,27), Brasil (2,9) e Itália (2,62).

2. ESTATÍSTICAS BRASILEIRAS: SEMANA 12-18/12.

Ontem (18/12), de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, foram registrados em todo o país mais 9.868 casos e 20 mortes. Teríamos chegado assim a um total de 35.901.978 casos e 691.883 mortes.

Na semana encerrada ontem (12-18/12), foram registrados 324.440 casos e 1.129 mortes. Números bem superiores aos da semana anterior (5-11/12: 208.433 casos e 630 mortes).

3. O RITMO DA PANDEMIA EM TERRAS BRASILEIRAS.

Para monitorar de perto o ritmo e o rumo da pandemia, sigo a usar como guias as taxas de crescimento no número de casos e de mortes. Ambas estão a escalar. E a escalar fortemente. Eis os resultados mais recentes.

A taxa de crescimento no número de casos saltou de 0,0840% (5-11/12) para 0,1298% (12-18/12). É o maior valor desde meados de julho (11-17/7: 0,1748%). (ver a figura que acompanha este artigo) [4].

A taxa de crescimento no número de mortes, por sua vez, saltou de 0,0130% (5-11/12) para 0,0233% (12-18/12). É o maior valor desde a segunda semana de agosto (8-14/8: 0,0302%).

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FIGURA. A figura que acompanha este artigo ilustra o comportamento das médias semanais das taxas de crescimento no número de casos (pontos em azul escuro) e no número de óbitos (pontos em vermelho escuro) em todo o país (valores expressos em porcentagem), entre 19/6 e 18/12/2022. (Para resultados anteriores, ver aqui.)

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4. CODA.

A taxa de casos escalou pela sexta semana consecutiva. A de mortes, após uma brevíssima e, ouso agora dizer, falsa estagnação, também tornou a escalar. E a escalar fortemente.

A situação é preocupando. Com os governantes de braços cruzados e a imprensa de olhos fechados, o número de mortes evitáveis segue a aumentar – como eu havia alertado antes (ver aqui). Além do sinal amarelo, a sirene também já deveria estar ligada.

Máscaras e vacinas são as principais armas que nós temos para frear as escaladas e puxar as estatísticas para baixo. (Lembrando que a vacina combate a doença, mas não impede o contágio. O que pode impedir o contágio é o uso correto de máscara facial.)

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NOTAS.

[*] Há uma campanha de comercialização envolvendo os livros do autor – ver o artigo Ciência e poesia em quatro volumes. Para mais informações ou para adquirir (por via postal) os quatro volumes (ou algum volume específico), faça contato pelo endereço meiterer@hotmail.com. Para conhecer outros artigos e livros, ver aqui.

[1] Como comentei em ocasiões anteriores, as estatísticas de casos e de mortes estão a seguir o painel Mapping 2019-nCov (Johns Hopkins University, EUA), enquanto as de altas estão a seguir o painel Worldometer: Coronavirus (Dadax, EUA).

[2] Os 20 primeiros países da lista podem ser arranjados em 10 grupos: (a) Entre 95 e 100 milhões de casos – Estados Unidos; (b) Entre 40 e 45 milhões – Índia; (c) Entre 35 e 40 milhões – França, Alemanha e Brasil; (d) Entre 25 e 30 milhões – Coreia do Sul e Japão; (e) Entre 20 e 25 milhões – Itália, Reino Unido e Rússia; (f) Entre 15 e 20 milhões – Turquia (estatísticas congeladas); (g) Entre 12 e 15 milhões – Espanha; (h) Entre 10 e 12 milhões – Vietnã e Austrália; (i) Entre 8 e 10 milhões – Argentina, Países Baixos e Taiwan; e (j) Entre 6 e 8 milhões – Irã, México e Indonésia.

[3] Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver os volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado, vols. 1-5 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). Sobre o cálculo das taxas de crescimento, ver qualquer um dos três primeiros volumes.

[4] Para conferir os valores numéricos, ver aqui (entre 27/12/2021 e 26/6/2022) e aqui (semanas anteriores).

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