A nuvem
Percy Bysshe Shelley
Sou a filha da Terra e da Água
E o rebento do Céu:
Passo pelos poros do oceano e das praias;
Eu me transformo, mas não posso morrer.
Pois após a chuva, quando, sempre imaculada,
A tenda do céu se mostra sem nenhum adorno,
E os ventos e as luzes do sol com seus raios convexos
Constroem a cúpula azul de ar,
Eu, silenciosamente, rio do meu próprio cenotáfio,
E de dentro das cavernas da chuva,
Como uma criança saindo do ventre, como um fantasma da tumba,
Eu me ergo e desmonto novamente.
Fonte: Pretor-Pinney, G. 2008. Guia do observador de nuvens. RJ, Intrínseca. Poema composto de seis estrofes – o trecho acima corresponde à última estrofe – e originalmente publicado em 1820.
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