Na paz súbita do canto
Liberto Cruz
Na paz súbita do canto
me surpreendo
em manso aviso
e, insone, embarco
na jangada incerta.
Não isentas, as veias sabem
e em silêncio depõem,
de coragem, rios.
E a calma é tão fecunda
que adolescente, parto.
Na secreta angústia,
serena, a memória me confina
e válido, num grito me anuncio.
Fonte: Silva, A. C. & Bueno, A., orgs. 1999. Antologia da poesia portuguesa contemporânea. RJ, Lacerda Editores. Poema publicado em livro em 1959.
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