Transcendendo os limites
Philip Zimbardo
[...]
Creio que um dos fatos mais interessantes e importantes que ocorreram, no início da minha carreira, foi o encontro com Leon Festinger, justamente antes da teoria da dissonância cognitiva ser publicada [...]. Festinger chegou a Yale para dar uma palestra e um dos aspectos básicos e novos da sua abordagem foi a sua consideração dos modos pelos quais o comportamento afeta o pensamento, as atitudes e os valores. Até aquela época, todo meu treinamento em abordagem behaviorista supunha que o comportamento fosse o produto final, e observávamos todas as coisas que o influenciavam. Mas ele abriu todo um novo reino de especulação vendo o outro lado da relação causal. Quando comecei a fazer pesquisa naquela área, vi que havia toda uma outra dimensão de significado inerente à abordagem da teoria da dissonância. Os modelos tradicionais de comportamento humano eram modelos que subjugavam a integridade dos seres humanos às exigências das condições de estímulo externo e às ordens das condições biológicas internas. Meu trabalho de estender a teoria da dissonância ao reino do controle cognitivo da motivação foi importante por me fazer entender que é através da nossa intervenção cognitiva que os seres humanos transcendem os limites da sua biologia e as restrições do seu meio ambiente. Assim, vi nas implicações do controle cognitivo da motivação uma espécie de humanismo muito diferente daquele que os terapeutas humanistas falavam nessa época. Comecei a ver que o modo pelo qual um indivíduo define a realidade pode ser a dimensão mais importante da realidade; quer dizer, a realidade cognitiva, social pode, de fato, determinar não só o modo de a pessoa perceber o mundo, mas se ela está ou não fisiologicamente estimulada, se um dado evento é visto ou não como uma recompensa ou suborno, se ela está motivada a abordar algo ou a afastar-se, e se um estímulo é doloroso ou irrelevante.
[...]
Creio que um dos fatos mais interessantes e importantes que ocorreram, no início da minha carreira, foi o encontro com Leon Festinger, justamente antes da teoria da dissonância cognitiva ser publicada [...]. Festinger chegou a Yale para dar uma palestra e um dos aspectos básicos e novos da sua abordagem foi a sua consideração dos modos pelos quais o comportamento afeta o pensamento, as atitudes e os valores. Até aquela época, todo meu treinamento em abordagem behaviorista supunha que o comportamento fosse o produto final, e observávamos todas as coisas que o influenciavam. Mas ele abriu todo um novo reino de especulação vendo o outro lado da relação causal. Quando comecei a fazer pesquisa naquela área, vi que havia toda uma outra dimensão de significado inerente à abordagem da teoria da dissonância. Os modelos tradicionais de comportamento humano eram modelos que subjugavam a integridade dos seres humanos às exigências das condições de estímulo externo e às ordens das condições biológicas internas. Meu trabalho de estender a teoria da dissonância ao reino do controle cognitivo da motivação foi importante por me fazer entender que é através da nossa intervenção cognitiva que os seres humanos transcendem os limites da sua biologia e as restrições do seu meio ambiente. Assim, vi nas implicações do controle cognitivo da motivação uma espécie de humanismo muito diferente daquele que os terapeutas humanistas falavam nessa época. Comecei a ver que o modo pelo qual um indivíduo define a realidade pode ser a dimensão mais importante da realidade; quer dizer, a realidade cognitiva, social pode, de fato, determinar não só o modo de a pessoa perceber o mundo, mas se ela está ou não fisiologicamente estimulada, se um dado evento é visto ou não como uma recompensa ou suborno, se ela está motivada a abordar algo ou a afastar-se, e se um estímulo é doloroso ou irrelevante.
[...]
Fonte: Evans, R. I. 1979 [1976]. Construtores da psicologia. SP, Summus & Edusp.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home