Os cavalos do tempo
Tasso da Silveira
Os cavalos do tempo são de vento.
Têm músculos de vento,
nervos de vento, patas de vento, crinas de vento.
Perenemente em surda galopada,
passam brancos e puros
por estradas de sonho e esquecimento.
Os cavalos do tempo vão correndo,
vêm correndo de origens insondáveis,
e a um abismo absoluto vão rumando.
Passam puros e brancos, livres, límpidos,
no indescontínuo, imemorial esforço.
Ah, são o eterno atravessando o efêmero:
levam sombras divinas sobre o dorso...
Fonte: Nejar, C. 2011. História da literatura brasileira. SP, Leya. Poema publicado em livro em 1960.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home