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Uma coisa branca,
Eis o meu desejo.
Uma coisa branca
De carne, de luz,
Talvez uma pedra,
Talvez uma testa,
Uma coisa branca.
Doce e profunda,
Nesta noite funda,
Fria e sem Deus.
Uma coisa branca,
Eis o meu desejo,
Que eu quero beijar,
Que eu quero abraçar,
Uma coisa branca
Para me encostar
E afundar o rosto.
Talvez um seio,
Talvez um ventre,
Talvez um braço,
Onde repousar.
Eis o meu desejo,
Uma coisa branca
Bem junto de mim,
Para me sumir,
Para me esquecer,
Nesta noite funda,
Fria e sem Deus.
Fonte: Moriconi, I., org. 2001. Os cem melhores poemas brasileiros do século. RJ, Objetiva. Poema publicado em livro em 1948.
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