Da senzala...
De dentro da senzala escura e lamacenta
aonde o infeliz
de lágrimas em fel, de ódio se alimenta
tornando meretriz
A alma que ele tinha, ovante, imaculada
alegre e sem rancor;
porém que foi aos poucos sendo transformada
aos vivos do estertor...
De dentro da senzala
aonde o crime é rei, e a dor – crânios abala
em ímpeto ferino;
Não pode sair, não,
um homem de trabalho, um senso, uma razão...
e sim, um assassino!
Fonte: Souza, C. 2001. Os melhores poemas de Cruz e Souza, 2ª edição. SP, Global. Poema publicado em livro em 1905.
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