O problema do recrutamento
Alan R. Longhurst & Daniel Pauly
Aristóteles foi, provavelmente, o primeiro naturalista a escrever sobre recrutamento, quando registrou que os pescadores da antiga Grécia distinguiam três grupos de tamanho e idade nos atuns, chamados de ‘auxids’, ‘pelamides’ e ‘thynni’ ou atuns adultos [...]. Relatou-se, também, que os pescadores haviam observado que a escassez de ‘pelamides’ de um ano, era seguida de uma falha da pesca de ‘thynni’ no ano seguinte, o que torna o relato de Aristóteles o primeiro registro sobre o ‘problema do recrutamento’.
Existem observações semelhantes sobre a pesca do arenque do norte da Europa; a disponibilidade do estoque (e, portanto, o recrutamento) era uma das primeiras preocupações da recém-nascida biologia pesqueira no final do século 19. Porém, foi a partir do trabalho de Ricker de 1954 que se obteve uma exposição bem definida deste problema: qual é a relação que liga um estoque parental ao tamanho de sua prole que entra em uma pescaria, como resultado de cada reprodução anual? Depois da formulação dada por Ricker, a variabilidade ambiental foi negligenciada por muitos anos e as pesquisas foram quase inteiramente direcionadas à tentativa de derivar uma equação, com parâmetros incluindo coeficientes de mortalidade dos pré-recrutas, para compilar longas séries temporais de índices do tamanho do estoque parental e do recrutamento, e estimar o recrutamento a partir do estoque parental. [...] [Q]uando propriamente analisadas, essas longas séries são capazes de mostrar a relação entre o número de recrutas e o estoque parental para as mais diversas famílias, incluindo espécies de latitudes mais baixas e mais altas.
[...]
Fonte: Longhurst, A. R. & Pauly, D. 2007 [1987]. Ecologia dos oceanos tropicais. SP, Edusp.
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