19 setembro 2014

Ao Deus desconhecido

Friedrich Nietzsche

Uma vez mais, antes de partir daqui
E de dirigir o olhar para a frente,
Ergo solitário as mãos
Para ti, meu refúgio,
A quem, no fundo do meu coração,
Solenemente consagro um altar.
Para que sempre
Tua voz me chame sem cessar.

[.. .. .. .. .. ..]
Sou teu, ainda que a malta dos ímpios
Me considere neste momento como um dos seus.
[.. .. .. .. .. ..]

Quero conhecer-te, ó Inconhecível.
A ti, cuja mão penetra no fundo de minha alma.
A ti, que transformas minha vida como uma tormenta,
A ti, Inapreensível, de mim tão próximo!
Quero conhecer-te, servir-te eu mesmo.

Fonte: Halévy, D. 1989 [1944]. Nietzsche: uma biografia. RJ, Campus.

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