Uma caracterização histórica do darwinismo
Felipe A. P. L. Costa
Poucos assuntos
científicos rivalizam com a biologia evolutiva em termos do grau de interesse
que despertam entre leitores e o público em geral. Não é de estranhar,
portanto, que os holofotes da mídia estejam constantemente voltados para temas
e assuntos próprios dessa área [...]. É preocupante perceber, no entanto, que
boa parte do material produzido entre nós se caracteriza pelo tratamento
superficial, pelo sensacionalismo ou pela elevada densidade de erros e
mal-entendidos conceituais.
Tenho flagrado a
ocorrência desses problemas em uma ampla variedade de obras, incluindo
livros-textos, teses universitárias, artigos técnicos e de divulgação, além,
claro, de uma grande quantidade de matérias e artigos publicados na mídia [...].
Em uma tentativa de
organizar, equacionar e esclarecer alguns desses problemas, este artigo traça
um esboço da história do darwinismo ao longo dos últimos 150 anos. Evitei, no
entanto, indicar exemplos negativos. Ênfase é dada a três períodos históricos
mais ou menos distintos, embora aqui frouxamente delimitados: o darwinismo
primordial (1858-1889), o neodarwinismo (1892-1910) e a síntese evolutiva
(1918-1950). Autores, obras e avanços que marcaram cada período são
apresentados e resumidamente discutidos. Procurei minimizar o uso de jargão
técnico, mas, em caso de dúvida, o leitor interessado no assunto deveria
consultar algum livro-texto de biologia evolutiva [...].
[...]
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