Como era...
Gyula Juhász
Como era tão loira a
minha amada? Já o esqueci.
Mas sei que no ardente
verão, do trigo
as douradas e frescas
espigas trarão consigo
a nítida recordação do
seu cabelo loiro.
Como era o azul dos seus
olhos? Já o esqueci.
Mas sei que ao ir-se,
setembro em rápido vôo,
pálido outono pintará de
azul o céu
e verei seus olhos em dia
claro.
Como era a seda de sua
voz? Já o esqueci.
Ma na primavera, quando
suspire o vento,
ouvirei a voz de Ana e me
tocará seu alento,
que virá do fundo do céu
imaculado.
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