O cisne e o lago
Eduardo Guimaraens
Um cisne de suave e
soberba plumagem,
à flor de um lago azul
onde a manhã se espelha,
segue surpreso o cisne
irreal que o semelha
ao fundo d’água, e feito
à sua própria imagem.
Verdes, ao derredor, uma
ou outra ramagem
refletidas. E na onda a
luz do sol centelha.
Desde a rósea alvorada à
véspera vermelha,
sente o cisne a enlevá-lo
essa branca miragem.
Pende às vezes o colo
esbelto longamente
para o cristal: e beija
um fantasma que mente,
até que baixe a noite e
as suas penas tisne.
Tremem os caniçais... os
astros despontaram...
E fica o cisne só, como
as almas que amaram
e para quem o amor foi a
sombra de um cisne.
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