22 dezembro 2014

Maranhão e Mariana são dois mares

Francisco Xavier da Silva

Maranhão e Mariana são dois mares
Que por mar cada um deles principia:
Mariana mar de gosto, de alegria;
Maranhão mar de dores, de pesares.

De uma e outra paixão, como exemplares,
Cada qual no seu nome traz a guia;
Ele a Mara passando, ela a Maria,
No amargor, na doçura singulares.

A inteireza do I figura é clara
De insigne Bago do Pastor de Jetro,
Quando assiste em Mariana e deixa a Mara.

E sem Bago, ou com ele, soa o metro,
No Maranhão de pena Lira amara,
Em Mariana de glória doce plectro.

Fonte: Martins, W. 1977. História da inteligência brasileira, vol. 1. SP, Cultrix & Edusp. Poema publicado em livro em 1749.

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