Último poema
Stefan Zweig
Suave as horas bailam
sobre
O cabelo branco e raro.
A áurea taça a borra
cobre:
Sorvida, eis o fundo,
claro!
Pressentimento da morte
Não turba, é alívio
profundo.
O gozo mais puro e forte
Da contemplação do mundo
Só o tem quem nada
cobice,
Nem lamente o que não
teve,
Quem já o partir na
velhice
Sinta – um partir mais de
leve.
O olhar despede mais
chama
No instante da despedida.
E é na renúncia que se
ama
Mais intensamente a vida.
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