Um soneto... timorense
Ruy Cinatti
Quando pelas tardes
garças se levantam
voando, levitando pontas
de asas,
até cair nos dorsos,
sofreadas,
de bois que pascigam
livremente
o tempo imemorial que
lhes foi dado,
meus olhos sorvem, frios,
a lembrança
de traça que neguei
impunemente,
como se de graça vivesse,
renovado.
Se um olhar piedoso,
piedade
pudesse por mim ter,
abandonado
seguiria teus passos
campos fora,
então, como se fora
garça em mais graça,
levantando
em farsa de mim próprio,
imorredoira.
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